Não consigo falar de O Poderoso Chefão
(The Godfather) sem visualizar o Don Vito (Marlon Brando) com suas bochechas
inchadas e com seu visual impecável, entre outras coisas...
Os filmes são baseados no best-seller
de mesmo nome, escrito por Mario Puzzo,
e considero o livro meio chato, perante a obra prima que Francis Ford Copola nos deu no cinema. Com um elenco de nomes que
hoje são pra lá de conhecidos, mas na época eram apenas mais alguns atores, Marlon Brando (Don Vito), Al Pacino (Michael Corleone), James Caan (Sonny Corleone), John Cazale (Fredo), Talia Shire (Connie) e Rubert Durval (Tom Hagen).
Durante o primeiro filme da trilogia temos
a presença dele, que pra mim foi o mafioso mais ético do cinema, Don Vito
Corleone, um dos 5 maiores mafiosos de NY e que não mede esforços para aumentar
seus domínios e controlar seus negócios na cidade com mãos de ferro e muita
honra.
Vindo da Sicília completamente órfão e
fugindo do homem que matou seus pais e seus irmãos, ele chega as terras
americanas muito jovem, se estabelece na cidade, se casa e começa a trabalhar
no que seria um mini mercado. Perde seu emprego quando um mafioso local vai
‘pedir’ um emprego para seu sobrinho.
Vito Corleone muito insatisfeito com
essa situação, arma um plano pra matar esse mafioso, e tomar seu lugar,
ganhando assim admiração e o respeito dos comerciantes que antes sofriam com o
mafioso anterior.
Visto que Vito Corleone é bem menos
agressivo e mais compreensivo e amigável que o antigo, e passa a cobrar sua
proteção não apenas em dinheiro, mas também em amizade e favores prestados por
quem ele protegia. Podemos ver isso no segundo filme, sendo intercalado com as
ações do Michael Corleone que agora é o sucessor de seu pai no comando da
família.
Michael é um homem diferente do seu
pai, ele faz o que tem que ser feito, manda matar, faz alianças com inimigos e
arma esquemas pra acabar com seus opositores sem nenhuma honra. Quando descobre
que seu irmão Fredo lhe traiu, ele guarda as emoções e depois que a Mama da
família morre, ele simplesmente manda matar seu irmão.
O terceiro filme da trilogia não me agrada
tanto quanto os outros, mas não merece ser descartado. Ele é sobre a tentativa
de redenção do Michael Corleone. Temos Andy
Garcia (Vincent Mancini), filho ilegítimo do Sonny, morto no primeiro filme
por uma emboscada, numa cena que me arrancou lágrimas na primeira vez que
assisti.
No inicio do terceiro filme vemos
Michael escrevendo uma carta para seus filhos, os quais ele não vê há muito
tempo e ama muito, os chamando para uma festa de caridade que acontecerá em
poucos dias, e descreve o que realmente ele obteve de importante na vida:
" Meus queridos filhos, faz muitos anos que me mudei para Nova York, e eu não mais os vejo tanto quanto gostaria. Tenho esperanças que vocês venham para a cerimônia de honra dada aos meus trabalhos com a caridade. A única riqueza neste mundo são os filhos; mais que todo o poder e dinheiro na terra, vocês são o meu tesouro"
O Poderoso chefão tornou-se um épico,
recheado de momentos inesquecíveis do cinema. Cenas como o tiroteio na barraca
de frutas, o assassinato no restaurante, a morte do Sonny no pedágio, toda a
sequencia de Michael na Sicília com Apolônia e muitas outras.
É incrível ver um filme de 1972 que
ainda funciona e arrisco a dizer: Sempre funcionará!
Segue algumas curiosidades da épica
trilogia:
Marlon Brando colocou pedaços
de queijo na boca em seu teste para caracterizar-se como Don Corleone.
A responsável pela edição de todos os testes foi Marcia Lucas, esposa de George Lucas na época.
Francis Ford Coppola carregava por toda
a parte, em uma bolsa reforçada, um fichário contendo todas as páginas
comentadas por ele do livro de Mario Puzzo: Poderia ter feito o filme
só com ele, afirma.
Outra das manias de Coppola é utilizar
membros de sua família em todos os filmes da saga. O maestro responsável pela
regência da trilha sonora inesquecível (criada por Nino Rota) é Carmine
Coppola, pai de Francis e de Talia Shire (irmã de Coppola que interpreta Connie Corleone). A mãe do diretor
aparece como figurante em diversas cenas, bem como os filhos e primos do
cineasta. Um filme sobre famílias deve ser feito por uma, disse o
cineasta.
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