Livro:Fios de Prata - Reconstruindo Sandman / Autor: Raphael Draccon
Editora: Leya / Número de páginas: 352
“Tu inspiraste Rowling e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts. Tu inspiraste Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões de terra média. Tu inspiraste Lovecraft e em minhas terras se fixou Misktonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?”
Há séculos, Madelein,
atual madrinha das nove filhas de Zeus elevadas à categoria de Musas, tornou-se
senhora de um condado no Sonhar, responsável por estimular os sonhos despertos
dos mortais. Uma jogada ambiciosa, porém, para ascender de posição, acaba por
iniciar uma guerra épica envolvendo os três deuses Morpheus, Phantasos e
Phobetor, trazendo desordem a todo o planeta Terra.
Envolvido em sonhos
lúcidos e viagens astrais perigosas, a busca de um sonhador pelo espírito de
sua mulher no Inferno, entretanto, torna-se peça fundamental para resgatar
elementos destruídos em uma guerra envolvendo manipulações oníricas, sonhos
partidos, jornadas espirituais e o destino de mais de sete bilhões de
sonhadores terrestres.
De Dante Alighieri a
Alan Moore, de William Shakespeare a Neil Gaiman, Fios de Prata – Reconstruindo
Sandman elabora uma epopeia moderna ao redor de uma declaração de amor à
literatura fantástica e ao melhor dos sonhos humanos.
Enrolei
para começar a ler esse livro, fui colocando outros na frente, até porque não
sabia o que esperar dele. Se arrependimento matasse, eu já estaria morto umas
cem vezes, maldita hora em que eu tive a ideia idiota de adiar essa leitura fantástica.
Agora,
imagine se tudo o que você sonha e pensa influenciasse uma guerra entre deuses
no mundo do sonhar, e tudo o que acontece nessa guerra pudesse influenciar o
mundo real?! Em Fios de Prata é possível!
Afinal,
o que é um fio de prata?! Esse fio é a ligação entre o nosso espirito e o corpo
físico. Ele é o que diferencia o sonho da morte, se este for rompido o espirito
não irá retornar ao corpo.
Curti
bastante a história de Fios de prata, porque além de ser bem construída, você
percebe várias referências sobre diversas culturas, religiões, outras obras
literárias e etc. Até a parte do romance do Allejo (Superstar Soccer) e da
Ariana é divertida, pois não é aquela coisa melosa. Mas, o ponto alto foi o que
eu já falei (a guerra no mundo do sonhar ter influência direta no mundo real), isso
é fantástico, tipo, algo de muito ruim acontece nesse embate entre deuses, e ai
como consequência, algo também de muito ruim acontece no nosso mundo. O
contrário também ocorre, onde um pensamento, uma atitude dos seres humanos,
mesmo que indiretamente, pode mudar o rumo desse confronto divino. Seguindo
essa linha, Draccon usou acontecimentos reais nesse livro, inclusive um que eu
já tinha ouvido falar, e talvez vocês também.
"Natalie Gilbert, então com treze anos, havia sido escalada para cantar o hino nacional americano diante de vinte mil pessoas na Portland’s Rose Garden Arena. Ao iniciar a canção, contudo, o excesso de nervosismo lhe tomou ação, fazendo com que Natalie esquecesse por um momento a letra e se postasse sozinha, acuada e sem reação diante de uma transmissão nacional. Estupefato, o público presente chegou a ameaçar uma vaia, e ninguém ao redor da menina soube como reagir. Foi quando o técnico do Trail Blazzers, Mauríce “Mo” Cheeks, de repente, apareceu ao seu lado e, gentilmente, colocou a mão sobre o seu ombro e cortou o silêncio constrangedor reiniciando canto de onde Natalie havia travado, ajudando-a a prosseguir. A poderosa presença e inspiração de Mo Cheeks contagiaram e tocaram vinte mil pessoas presentes, fazendo a menina superar o medo e recomeçar o canto, dessa vez acompanhada de todo o estádio lotado.”
Gostei
da forma que a leitura fluiu, ela começa com um ritmo lento, inclusive os
capítulos são curtos nessa parte. Ai o clímax vai se aproximando, e o ritmo vai aumentando, e aumentando, os capítulos vão ficando maiores, e acontecem várias
coisas simultaneamente, e no fim, tudo vai se encaixando perfeitamente.
“Apenas considere todo esse desfecho como a minha própria trapaça.”
Por
fim, não menos importante, o livro possui uma capa belíssima, o próprio nome na
capa, Fios de Prata, é personalizado de uma forma que lembre o vento levando a
areia desordenadamente.
E aí já leu esse livro? Deixe
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